foto: Bruno Espadana

27 setembro 2006

#  Hoje e amanhã, teatro na Espontânea

Cartaz de 'O Político e o Alcoólico'O Político e o Alcoólico, com Paulo Castro e Miguel Moreira.
Encenação e texto de Paulo Castro.
27 e 28 de Setembro, 22h, na Associação Espontânea.

(A Espontânea é um novo espaço cultural e de convívio em Vila Real.)


Associação Espontânea
(Clique no logotipo para visitar o site da Espontânea)

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26 setembro 2006

#  O “eduquês” em acção

Uma das características principais do “eduquês” é o seu fascínio pelo “fogo-de-artifício”, pela complexidade discursiva desnecessária (sinal de incapacidade de um discurso claro e objectivo?), pelo glamour a maquilhar o vazio de ideias ou a sua inconsistência.

Vejamos um exemplo, retirado do Projecto Educativo de uma Escola Secundária portuguesa. Sob o lema «Criar uma mais forte dinâmica de aprendizagem», podemos lá ler coisas como:
O modo como os alunos são motivados para a aprendizagem exige a concepção e implementação de metodologias que, não sendo lineares, geram estímulos conducentes a diferentes graus de adesão às propostas de aprendizagem, numa continuidade entre o universo interior e exterior do indivíduo.

Sou só eu a achar que isto não quer dizer, objectivamente, nada? Que mais nada é do que plumas e lantejoulas?

Mas a jóia-da-coroa deste Projecto Educativo de Escola (PEE) é o «diagrama de confluências» constante do seu Plano de Acção. Ei-lo:

Diagrama de confluências
Diligentes, os autores de tal diagrama vêm imediatamente em socorro daqueles que tenham dúvidas quanto ao seu significado:
A associação destes quatro trípticos à palavra-chave ajudará a uma maior coerência de acção. Em primeiro lugar, seria de estreitar a relação aprender – esforço para situar os alunos numa rota de trabalho e desejo de vencer as dificuldades. Ao mesmo tempo, a introdução de mais desafio nas aprendizagens dará mais sentido ao trabalho que contribuirá de forma mais evidente para o crescimento pessoal de cada um. A ideia de desafio deverá presidir também à interacção quotidiana entre adultos e jovens, de modo a que o relacionamento na Escola seja mais exigente, mais elaborado, possibilitando o acesso à metáfora e, de um modo geral, ao desenvolvimento da capacidade de simbolização, cujo domínio é condição de autonomia no acesso à interpretação do mundo. É o enriquecimento da convivência que faz descobrir a originalidade de cada um e a capacidade própria de transformação criadora.

Os autores referem-se a este diagrama como «quatro trípticos» — eu apelidá-lo-ia de «quadro críptico» (mas quiçá simplesmente não me tenha sido possibilitado o «acesso à metáfora»). É que não só a palavra-chave lhe é exterior (logo, é impossível saber quais as vias para «estreitar a relação aprender – esforço»), como é notório que os próprios autores não estão muito seguros quanto à notação adoptada. Por exemplo, quando se diz que «a introdução de mais desafio nas aprendizagens dará mais sentido ao trabalho que contribuirá de forma mais evidente para o crescimento pessoal de cada um», está-se a atribuir à seta um valor de relação causal:

causa => efeito/consequência

Mas na primeira linha do diagrama (trabalho => esforço => dificuldade) a seta não pode ter o mesmo valor, ou as dificuldades seriam consequência (efeito) do esforço. Ora, são as dificuldades e o desejo de as vencer que ditam a necessidade de esforço (ou seja, há lugar ao esforço porque lhe preexistem as dificuldades, e estas determinam a subsequente existência daquele), pelo que a seta no segmento «esforço => dificuldade» não representa uma relação causal, como no caso anterior, mas sim uma relação condicional
antecedente => consequente
do tipo necessária (se há esforço, é porque há dificuldades), em que o antecedente é, de facto, a consequência e o consequente é a causa:

efeito/consequência => causa

(A confusão entre uma relação causal — que é inerentemente temporal — e uma relação condicional — que o não é —, habitualmente fruto de se pensar que o consequente é uma consequência e o antecedente é uma causa — o que só é verdade nas condições suficientes —, resulta numa das falácias mais comuns, o non-sequitur.)

Desejando manter-se a seta com valor de relação causal, haveria necessidade de inverter este segmento do diagrama (dificuldade => esforço). Seria ainda necessário explicar por que razão todas as setas verticais são bidireccionais, enquanto as horizontais são exclusivamente unidireccionais (e sempre da esquerda para a direita) — para além de esclarecer se, quando identificamos a «capacidade de simbolização» como «condição de autonomia no acesso à interpretação do mundo», estamos perante uma condição necessária ou suficiente (ou ambas).

Mas talvez tal não seja necessário, pois os objectivos do diagrama estão cumpridos: impressionar, dando ares de seriedade e rigor. E, para isso, quanto mais complexo (de facto: confuso), melhor: ignorante daquilo que seja a Lógica, o leitor-alvo (no qual se incluem os diferentes estratos da hierarquia do Ministério da Educação) concluirá, assombrado, que grandes processos cerebrais (individuais e colectivos) presidiram à elaboração do diagrama — e seguirá em frente sem se questionar (e, mais importante, sem o questionar).


Mas, para sermos justos, admitamos que há neste PEE ideias claramente expostas:
Sob o ponto de vista pedagógico, as práticas educativas devem ser significativas, com enfoque no complexo processo do que significa e do que se deseja aprender.

Ideias claramente expostas — e claramente perigosas. A utopia romântica de o aluno ser o autor do seu próprio currículo («Vai aonde te leva o coração»?) é desastrosa e geradora de ignorância. Tal como o é a defesa exclusiva de práticas educativas «significativas» (em detrimento das «abstractas», anatemizadas), que estreitam os horizontes dos alunos, tolhendo-lhes a tão apregoada e necessária capacidade de «aplicação dos conhecimentos a novas situações».

E assim se faz dos «projectos educativos» uma existência de papel (perdoem-me dotar de poeticidade aquilo que é uma tragédia nacional).

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24 setembro 2006

#  Li e concordei (2)

De Miguel Sousa Tavares, no Expresso de ontem:
Inadvertidamente ou não, o Papa não disse nada sobre o Islão que nenhum ocidental não pense. Quando citou o Imperador bizantino Manuel II, dizendo “mostra-me aquilo que Maomé trouxe de novo e encontrarás só coisas mas e desumanas”, como “o direito de difundir a fé pela espada”, o Papa disse exactamente aquilo que todos nós pensamos hoje sobre o que significa fundamentalmente a corrente dominante no Islão: o direito a mandar, a aterrorizar e a matar em nome de Deus. [...]
[...]
Mas o que o Papa disse sobre o Islão, fingindo que não queria dizer, é exactamente o mesmo que se poderia dizer sobre qualquer outra religião, incluindo a católica. [...] E não foi a Igreja que mudou, mas a Revolução Francesa que ensinou os homens a mudar, contra a Igreja. Se olharmos para os dois mil anos de história depois do Novo Testamento [...], encontraremos as mesmas “coisas más e desumanas”, a mesma apologia de divulgar a fé através da espada. [...]

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#  Li e concordei (1)

De António Paulo Costa, no Público de hoje:

IDEOLOGIA, RECTÓRICA E DEMOCRACIA

[...] Enfastiada com a inconsequência das sanhas reformadoras dos seus antecessores, Maria de Lurdes Rodrigues declarou, no programa Prós e Contras de 18 de Setembro último, que “o país não aguenta mais reformas educativas”. Há uma que aguentávamos bem: a do próprio Ministério da Educação. Nele habitam, por usucapião, hordas de técnicos que, independentemente da sua competência, fazem valer um poderzinho de retaguarda que o seu tempo de ocupação dos gabinetes, que supera largamente o dos ministros, sedimenta por natureza. E são muitos deles que asseguram que a ideologia “eduquesa” singre, em casual encontro de interesses com a obsessão fazedora da titular da pasta. Ter ideias ou agir segundo ideologias não é crime, note-se. Mas quando estes anónimos sem poder decisório formal, sem mandato concedido pelo povo e sem obrigação de sujeitar a escrutínio público as ideias que fazem valer administram, de facto, a Educação, estamos perante um totalitarismo de secretaria que é incompatível com a democracia. O que era uma ideologia educativa discutível torna-se, assim, uma ditadura educativa inexpugnável. Não há ministra — obstinada ou não — que lhes toque, não há argumentação que os persuada ou vença, não há voto que os eleja ou afaste.
No entanto, as ideologias educativas instaladas nos corredores do ministério lá vão, paulatinamente, apoucando o Conhecimento nos currículos e a exigência nas salas de aula, em favor de um “sucesso” e redução do abandono escolares para OCDE ver. [...]

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23 setembro 2006

#  Ideias para franchisings (1)

STRAVAGANZA: deluxe joints for the affluent altermondialist
STRAVAGANZA: charros requintados
para o alter-mundialista com posses

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#  Ideias para franchisings (2)

STRAWburials
Tenha um funeral digno
de uma estrela da TVI

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22 setembro 2006

#  O Google e o “alter-mundialismo”

'alter-mundialismo' Did you mean: 'alter-vandalism'
Humm...

21 setembro 2006

#  Nota à margem

Samir Kassir foi historiador e jornalista, professor no Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Saint-Joseph. Era reputado pelos seus editoriais publicados no grande jornal diário de Beirute, An-Nahar. A sua Histoire de Beyrouth (2003) foi saudada como uma obra de referência. Foi assassinado em 2 de Junho de 2005, em Beirute. Tinha então 45 anos.

Capa de 'Considerações sobre a desgraça árabe'Transcrevo este parágrafo da primeira página de Considerações sobre a desgraça árabe (Actes Sud, 2004; Cotovia, 2005), um opúsculo em cujo preâmbulo Samir Kassir se autodefine da seguinte forma:
O autor destas considerações é um árabe do Machereque, laico, como depressa se verá, aculturado e mesmo ocidentalizado — se assim não fosse, porque escreveria em francês? —, mas que não se considera alienado a uma cultura estrangeira, e, em todo o caso, pouco desejoso de erradicar aqueles que não pensam como ele. [...]

Na margem do texto anoto: «Não era recíproco...»

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19 setembro 2006

#  2 x ½ caminho = descaminho?

No site dos CTT, concretamente na página de pesquisa de Códigos Postais, prometem-nos:
Pode efectuar a pesquisa de um arruamento por nomes não oficiais, mas pelos quais esses arruamentos também são conhecidos.
Exemplo: na localidade de Lisboa, ao pesquisar "Rossio", encontrará este arruamento com a indicação de que o seu nome oficial é "Praça D. Pedro IV.

Isso será verdade para Lisboa, mas não é para a «paisagem». Para os CTT, em Vila Real não existe uma Rua Direita (oficialmente, Rua Dr. Roque da Silveira), nem uma Rua Central (Rua dos Combatentes da Grande Guerra), nem uma Rua dos Quinchosos (Rua D. António Valente da Fonseca) — só para dar alguns exemplos no mesmíssimo centro da cidade (não numa aldeia recôndita).

E se uns arruamentos “não existem”, outros, pela mesma razão (o mesmo desconhecimento do terreno), “existem duas vezes”. É o que se passa com a minha morada, que entre nome oficial e nome oficioso tem, não um, mas dois Códigos Postais.

Há uns anos o slogan dos CTT anunciava que «o Código Postal é meio caminho andado». Com dois Códigos Postais, o caminho até à minha caixa de correio deveria estar garantido, não?...

Parece que não.


Já agora, o slogan dos Códigos Postais 4+3 era «Mais certo, mais perto». Para que conste, sou vizinho dos CTT (de facto, o meu jardim das traseiras confronta com o parque de estacionamento do edifício dos Correios e da Telecom). Apesar de tal proximidade, os carteiros parecem ter dificuldade em encontrar-me. Creio que perderia menos correspondência se se limitassem a atirar-ma por cima do muro...

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#  Boa ideia!

No site dos CTT deparo com a seguinte publicidade:

Sabia que... podemos distribuir a sua Publicidade Não Endereçada através da nossa empresa
Boa ideia: de qualquer forma, os CTT estão-se a baldar para os endereços...

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#  ... como cegos guiando cegos

Uma breve lição de geografia.

A Avenida Carvalho Araújo, em Vila Real, desenvolve-se aproximadamente na direcção Norte-Sul, com a numeração a começar no topo Sul, junto à Câmara Municipal, aumentando em direcção a Norte, à Praça Luís de Camões, junto à Caixa Geral de Depósitos (do lado Nascente) e ao Palácio dos Correios (do lado Poente, na esquina com a Rua D. António Valente da Fonseca). Os números ímpares correspondem ao lado Poente e os pares ao lado Nascente.

Avenida Carvalho Araújo
Indiferente a isto, a morada indicada no carimbo da Estação de Correios da Avenida Carvalho Araújo e no site dos CTT é «Avenida Carvalho Araújo n.º 62». Ora, não só o n.º 62 pertenceria naturalmente ao lado oposto da avenida, como, para quem não sabe, nem sequer existe: ao n.º 60 (Pastelaria Gomes) segue-se o n.º 64 (Pizzaria Big Bob’s), portas situadas imediatamente abaixo e acima do Largo de Pelourinho.

Como ficar admirado que se enganem na entrega da minha correspondência, se os CTT não sabem sequer a sua própria morada?!

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18 setembro 2006

#  Os CTT atacam de novo

Vinha precisamente de meter nos Correios uma carta de reclamação (que escrevera em nome de uma tia minha) motivada pelo estado deplorável de alguma correspondência recebida (incluindo uma cobrança postal — daquelas que dizem «não dobrar, não molhar, contém impresso para processamento por computador» — rasgada e com um pedaço em falta). Pois ia a reentrar em casa, quando reparei que uma caixa de correio vizinha (de uma casa desabitada) estava entreaberta, como se tivesse algo lá dentro. Como não seria nem a primeira nem a segunda vez que punham correspondência minha nessa caixa (entre outras permutações que os carteiros experimentam pela vizinhança, apesar de as caixas identificarem claramente os nomes dos respectivos proprietários), decidi espreitar lá para dentro, não fosse haver algo que se me destinasse.

A princípio não reconheci a massa amorfa. Podia ser publicidade a um hipermercado ou outra coisa qualquer, tal era o grau de “amarfanhação” do que estava lá dentro. Então reparei numa letra com uma forma conhecida — um “N” inconfundível — e soube que aquele... cadáver... fora em tempos um exemplar da minha assinatura da New Yorker!

É difícil descrever o estado em que encontrei a revista. Mesmo que a mostre agora a alguém, a visão fica aquém da realidade de então, pois a operação de “desencarceramento” (foi disso que se tratou), se não a deixou propriamente de boa saúde, deu-lhe pelo menos um ar mais digno. Que mais não seja, já ocupa mais área, assumindo uma forma quase reconhecível como tendo em tempos sido plana (com significativos acidentes... “orográficos”). Porque a palavra mais adequada à forma que a revista assumia dentro da caixa de correio da casa vizinha é “rodilha”. Tinha sido selvaticamente dobrada e amarfanhada como um pano velho, e enfiada pela ranhura da caixa em jeito de tapulho; a largura da New Yorker exige algum cuidado e jeito na introdução na maioria das caixas de correio, mas o carteiro conseguira o feito de “adaptar anatomicamente” o seu comprimento a uma ranhura 5 ou 6 cm mais curta.

Em Março de 2005 escrevi no blogue da Periférica:
Quando entro numa Estação de Correios, à cautela tiro logo um formulário de reclamação.

Um ano e meio depois, a medida antecipatória continua a justificar-se.

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11 setembro 2006

#  Qual Green Card, qual quê! (9)

A New Yorker iniciou em 2005 um concurso de legendagem de cartoons: em cada número um dos cartoonistas da revista cria uma imagem (geralmente absurda) sem qualquer texto, devendo os leitores fornecer a legenda apropriada. As três melhores legendas são postas à votação e o vencedor é premiado com uma gravura do cartoon, devidamente assinada pelo artista, onde consta a sua legenda.
O senão de tudo isto é que se tem de ser residente nos EUA para poder concorrer. Não conformado com isso, apresento aqui a minha sugestão para o cartoon n.º 66:


(c) Victoria Roberts / The New Yorker
«Any new commandments?»

Desenho de Victoria Roberts / The New Yorker

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10 setembro 2006

#  I’m loving’ it

Em certos círculos do Norte da Europa (p. ex., o académico), nós, os do Sul, somos conhecidos como PIGS (de Portugal, Italy, Greece and Spain).

Pergunto-me se a entrada na UE de Malta e de Chipre fez de nós... McPigs.

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06 setembro 2006

#  À consideração da PJ

A Polícia Judiciária não tem pago devidamente as ajudas de custos (o que, julgo, já se passa há meses). Só para dar um exemplo, os agentes que protagonizaram a apreensão recorde de 7,5 milhões de dólares contrafeitos tiveram de pagar do seu bolso as portagens por que passaram no decorrer da operação.

O problema tem solução fácil — pelo menos enquanto o acumulado das ajudas de custo em falta não ultrapassar os 7,5 milhões de dólares...

05 setembro 2006

#  A ministra-estátua

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, protagoniza no n.º 9 da revista Pontos nos ii (que saiu hoje) aquela que é, possivelmente, a entrevista (chamemos-lhe assim) mais digna de figurar numa antologia da Imprensa portuguesa. De um total de 82-perguntas-82, a governante responde a... onze. Nas restantes 71, da ministra só o silêncio (com duas nuances: numa situação acumula o silêncio com um sorriso; noutra, e numa demonstração rara de versatilidade, consegue conciliar o silêncio com um arranjar de cabelo).

Se os ministros merecessem cognome, Maria de Lurdes Rodrigues tinha conquistado o seu: muda e queda, é a versão ministerial dos homens-estátua.

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#  Lugares-comuns

Todos temos os nossos lugares-comuns: o de Maria de Lurdes Rodrigues é o do «trabalho de equipa». Volta inevitavelmente a ele, mesmo que não venha muito a propósito. (A grande vantagem dos lugares-comuns é permitirem-nos desviar as atenções das verdadeiras questões.)

A resposta (uma das únicas 11 que deu) que reproduzo a seguir é paradigmática:
Pergunta: O sistema de ensino prepara os jovens convenientemente?
Resposta: A pouca qualificação dos jovens tem a ver com um trabalho — quer das escolas, quer dos professores — que não se encontra ao serviço dos resultados e das aprendizagens. A cultura dos professores não é uma cultura em que os principais desafios sejam os resultados. Os professores não têm espírito de equipa. As reuniões nas escolas são cumpridas apenas porque os normativos legais o mandam.

Esta resposta é paradigmática, não só pelo encadeamento (melhor: justaposição) de ideias avulsas — passível de nota negativa em qualquer exame nacional —, mas igualmente pela ideologia subjacente: a culpa é integralmente da classe docente. Repararam? O (mau) trabalho é «quer das escolas, quer dos professores»; dos alunos nada se espera.

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#  As novas 7 Maravilhas do Mundo

As minhas apostas:

Pirâmides de Gizé Petra Estátuas da Ilha da Páscoa Grande Muralha da China
Taj Mahal Estátua da Liberdade Torre Eiffel

Votações online: www.new7wonders.com

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#  Burocracia celestial

Há dias realizou-se a procissão anual da Senhora do Loreto, Padroeira Universal da Aviação. Entre os romeiros contava-se a esposa de Luís Santos, que foi agradecer a graça da libertação do piloto português (que, acusado de tráfico de droga, esteve preso preventivamente na Venezuela durante 14 meses).

É assim a burocracia da santa: avança ao ritmo da justiça venezuelana.

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04 setembro 2006

#  Eu hoje acordei assim...

(c) Erwin Olaf
(A minha casa nova não me sai da cabeça.)

Fotografia de Erwin Olaf

* Título do post roubado à Bomba Inteligente

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02 setembro 2006

#  Ainda a propósito da Evolução (e) do Vaticano...

(c) 1993 Roz Chast / The New Yorker

FUTUROS ANÚNCIOS DO VATICANO

3419 d. C. Demócrito estava certo. O átomo existe.
5667 d. C. Pode admitir-se que a teoria da evolução de Darwin estava bastante certa.
8029 d. C. Afinal, talvez o controlo da natalidade não seja uma ideia assim tão terrível.

Cartoon de Roz Chast / The New Yorker

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01 setembro 2006

#  Tudo bons rapazes

Um governante também se define pelas companhias que tem e que procura.

Hugo Chávez, presidente da Venezuela, parece querer garantir que não haja ambiguidades quanto a ele: um a um, vai fazendo um fraterno périplo pelos regimes mais repressivos do mundo. Depois de Cuba (7.0*), da Bielorrússia (6.5) e do Irão (6.0), a Síria (7.0).

Quando fizer cinco-em-linha ganha um brinde.


* Este índice refere-se ao grau de liberdade, conforme aferido pela organização Freedom House; varia entre 1.0 (máximo da liberdade) até 7.0 (máximo da repressão).
A Venezuela é considerada parcialmente livre (4.0), mas a situação piorou de 2005 para 2006.

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#  A propósito da Evolução

(c) Gahan Wilson / The New YorkerCartoon de Gahan Wilson / The New Yorker



(c) Lee Lorenz / The New YorkerCartoon de Lee Lorenz / The New Yorker

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#  Evolução... qual evolução?

Leio no Público online:

Irá o Papa rejeitar a teoria da evolução e aceitar o criacionismo?

O Papa Bento XVI junta hoje e amanhã alguns dos seus antigos estudantes de Teologia, para debater a evolução e a religião. Esta iniciativa está a ser encarada como o apoio por parte do Vaticano da posição de alguns grupos cristãos conservadores, sobretudo norte-americanos: a recusa da teoria da evolução através da selecção natural, formulada pelo naturalista britânico Charles Darwin no século XIX.
[...]
Os blogues e sítios sobre ciência e religião estão cheios de discussões sobre se esta reunião significa que o Vaticano vai assumir uma postura mais crítica em relação à teoria da evolução, talvez até abraçando o criacionismo ou a teoria da concepção inteligente, nas suas roupagens mais modernas.

Eu, crítico que sou da Igreja católica (et alli), consigo compreender — até certo ponto — a sua renitência em aceitar a Teoria da Evolução. Por exemplo, é impossível explicar como, através da evolução, se chega a Joseph Ratzinger.

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