foto: Bruno Espadana

06 abril 2006

#  Meditações

Recentemente um amigo que escreve num blogue da concorrência ofereceu-me três livros da colecção “Great Ideas” da Penguin Books. Fico agradecido, claro — mas não consigo deixar de me pôr a pensar.

O que até é uma coisa boa: não só porque pensar geralmente o é (que mais não seja, para não perder a prática), mas principalmente porque o primeiro desses livros é, precisamente, Meditations de Marco Aurélio. Pelo andar da carruagem, a quarta meditação do Livro 1 afigura-se cada vez mais aconselhável — permitissem-no os meios económicos e a lei portuguesa:
To my great-grandfather I owed the advice to dispense with the education of schools and have good masters at home instead — and to realize that no expense should be grudged for this purpose.
(Nisto, ser Imperador facilita um pouco.)

Pergunto-me se, na opinião do meu amigo, o segundo livro se justifica como meio de me convencer a enveredar pelo bom (?) caminho, ou se na escolha está implícito que já por lá ando — faltando-me a fundamentação ética para tal. É que, podendo oferecer-me On Friendship, de Michel de Montaigne (disponível na mesma colecção), achou por bem optar por On the Pleasure of Hating, de um tal de William Hazlitt. Na capa:
Love turns, with a little indulgence, to indifference or disgust: hatred alone is immortal.

Finalmente, que relação existirá entre mim e Confessions of a Sinner, de Santo Agostinho?! Nenhuma! Não há identificação possível. Bem mais natural seria ter-me dado Why I am So Wise, de Friedrich Nietzsche. Ou também isto vou ter de descobrir por mim?...

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