# A liberdade no mundo (3)
Esta análise está dividida em partes: [1] [2.1] [2.2] [2.3] [3] [4]
Adicionalmente, também foi descartada uma mão-cheia de países (indicados a amarelo) cuja população muçulmana, sendo a comunidade religiosa mais importante, não chega a 50% do total.
Analisando os dados do relatório de 2006, chegamos à conclusão de que apenas 3 países de maioria muçulmana são considerados livres — Mali (2.0), Indonésia e Senegal (ambos com 2.5) —, enquanto exactamente metade do total (23) foram classificados como não livres. Entrando no detalhe dos escalões entre 1.0 e 7.0, verifica-se que a média simples dos 46 países se situa em 5.0, isto é, no limite superior (pior) da classificação como parcialmente livre.
Apesar do cenário pouco abonatório, a verdade é que a situação tem vindo a melhorar. Há uma década (1995/96), com os mesmos 46 países, 70% (32) eram não livres e apenas um (o Mali) era considerado livre. E ainda em 2005 os países livres eram apenas dois, pois no relatório desse ano a Indonésia obteve um 3.5.
O problema começa logo pela definição de “país árabe”. Optei por considerar como tal os que assim se declaram: ou seja, os 22 membros da Liga Árabe. Duas ressalvas se impõem: a primeira é que a Liga Árabe considera a Palestina (que efectivamente não é um país independente) como um membro de pleno direito; a segunda é que a mesma Liga reconhece formalmente o Sahara Ocidental como parte de Marrocos. Na análise aqui apresentada optei por considerar os dados relativos aos territórios sob administração da Autoridade Palestiniana (mas não os sob ocupação israelita). Por outro lado, optei por ignorar os dados relativos ao Sahara Ocidental.
Assim sendo, o mapa considerado tem grandes semelhanças com o do Médio Oriente e Norte de África. As diferenças são a inclusão de 5 países (Mauritânia, Sudão, Djibuti, Somália e Comoros) e a exclusão de outros dois (Israel e Irão). E se naquela região o cenário da liberdade já era negro, nesta é ainda pior: 59% dos países (13) são não livres e não há um único país livre. E mesmo entre os países parcialmente livres a situação não é famosa: o menos mau (as minúsculas ilhas Comoros) obteve a classificação de 4.0. A média situa-se nos 5.5 (não livre).
Se se considerar o Sahara Ocidental (6.5), a percentagem de países não livres sobe para 61%. Alternativamente, poderemos decidir-nos pela inclusão deste país em Marrocos (4.5), mas nessa situação será difícil prever qual a classificação alcançada pelo “Grande Marrocos” nos seu todo (5.0 ou 5.5?).
Liberdade e Islão
O relatório da Freedom House contabiliza 46 países independentes (a magenta no mapa) cuja população é maioritariamente muçulmana. O Sahara Ocidental (6.5), indicado a roxo, é também esmagadoramente muçulmano, mas, não sendo um país independente (foi ocupado por Marrocos em 1976), não entra nas contas que se seguem. Da mesma forma, não são considerados outros territórios de maioria muçulmana, formalmente integrados em países não muçulmanos, mas cujo estatuto se encontra sob disputa: Norte do Chipre (2.0), Caxemira indiana (5.0), territórios palestinianos administrados pela Autoridade Nacional Palestiniana (5.0) ou ocupados por Israel (5.5), Kosovo (5.5) e Chechénia (7.0).Adicionalmente, também foi descartada uma mão-cheia de países (indicados a amarelo) cuja população muçulmana, sendo a comunidade religiosa mais importante, não chega a 50% do total.
Analisando os dados do relatório de 2006, chegamos à conclusão de que apenas 3 países de maioria muçulmana são considerados livres — Mali (2.0), Indonésia e Senegal (ambos com 2.5) —, enquanto exactamente metade do total (23) foram classificados como não livres. Entrando no detalhe dos escalões entre 1.0 e 7.0, verifica-se que a média simples dos 46 países se situa em 5.0, isto é, no limite superior (pior) da classificação como parcialmente livre.
Apesar do cenário pouco abonatório, a verdade é que a situação tem vindo a melhorar. Há uma década (1995/96), com os mesmos 46 países, 70% (32) eram não livres e apenas um (o Mali) era considerado livre. E ainda em 2005 os países livres eram apenas dois, pois no relatório desse ano a Indonésia obteve um 3.5.
Países Árabes
Se é verdade que nem todos os árabes são muçulmanos, e se também é verdade que a maioria dos muçulmanos não é de origem árabe, o facto é que todos os países árabes são maioritariamente (para não dizer esmagadoramente) muçulmanos. Por isso talvez não seja deslocado analisar a situação da liberdade nos países árabes.O problema começa logo pela definição de “país árabe”. Optei por considerar como tal os que assim se declaram: ou seja, os 22 membros da Liga Árabe. Duas ressalvas se impõem: a primeira é que a Liga Árabe considera a Palestina (que efectivamente não é um país independente) como um membro de pleno direito; a segunda é que a mesma Liga reconhece formalmente o Sahara Ocidental como parte de Marrocos. Na análise aqui apresentada optei por considerar os dados relativos aos territórios sob administração da Autoridade Palestiniana (mas não os sob ocupação israelita). Por outro lado, optei por ignorar os dados relativos ao Sahara Ocidental.
Assim sendo, o mapa considerado tem grandes semelhanças com o do Médio Oriente e Norte de África. As diferenças são a inclusão de 5 países (Mauritânia, Sudão, Djibuti, Somália e Comoros) e a exclusão de outros dois (Israel e Irão). E se naquela região o cenário da liberdade já era negro, nesta é ainda pior: 59% dos países (13) são não livres e não há um único país livre. E mesmo entre os países parcialmente livres a situação não é famosa: o menos mau (as minúsculas ilhas Comoros) obteve a classificação de 4.0. A média situa-se nos 5.5 (não livre).
Se se considerar o Sahara Ocidental (6.5), a percentagem de países não livres sobe para 61%. Alternativamente, poderemos decidir-nos pela inclusão deste país em Marrocos (4.5), mas nessa situação será difícil prever qual a classificação alcançada pelo “Grande Marrocos” nos seu todo (5.0 ou 5.5?).
Etiquetas: Democracia, Direitos Humanos, Islão, Liberdade
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