foto: Bruno Espadana

11 julho 2006

#  A liberdade no mundo (1)

Esta análise está dividida em partes: [1] [2.1] [2.2] [2.3] [3] [4]


Logotipo da Freedom HouseA leitura de Free World apresentou-me a Freedom House, uma organização que luta pela liberdade no mundo. Desde 1973 que a Freedom House faz uma “auditoria” aos diferentes países, atribuindo pontuações de 1 a 7 à sua performance em termos de direitos políticos e liberdades civis (em que quanto menor o valor, maior a liberdade). De acordo com a média destes dois parâmetros, os países são depois classificados como “livres” (1.0 a 2.5), “parcialmente livres” (3.0 a 5.0) e “não livres” (5.5 a 7.0).

O relatório de 2006 será publicado este mês, mas o resumo já está disponível na Internet. A sua leitura é bastante esclarecedora. Vou tentar sistematizar algumas conclusões (baseadas nos dados fornecidos, mas da minha total responsabilidade).


  • Dos 192 países independentes considerados, 89 (46%) são livres, 58 (30%) são parcialmente livres e 45 (24%) são não livres.


  • Liberdade no mundo: número de países
  • Em termos populacionais (com um total de aprox. 6,5 mil milhões de habitantes), a coisa piora (muito por culpa do peso da China): o relatório de 2006 contabiliza 46% a viver em países livres, 18% em países parcialmente livres e 36% em países não livres (dos quais mais de metade precisamente na China).


  • Liberdade no mundo: população
  • Entrando no detalhe das pontuações médias, temos: A liberdade no mundo (2006), mapa detalhado
    • 1.0: 50 países;
    • 1.5: 13 países;
    • 2.0: 16 países;
    • 2.5: 10 países;
    • 3.0: 21 países;
    • 3.5: 7 países;
    • 4.0: 12 países;
    • 4.5: 10 países;
    • 5.0: 8 países;
    • 5.5: 21 países;
    • 6.0: 7 países;
    • 6.5: 9 países;
    • 7.0: 8 países.

  • Os oito países classificados no pior escalão (7.0) são: Birmânia, Coreia do Norte, Cuba, Líbia, Síria, Sudão, Turquemenistão e Usbequistão. Face a 2005 há apenas uma alteração: a Arábia Saudita passou a 6.5, trocando de posição com o Usbequistão. A China é globalmente considerada no escalão 6.5, mas a situação na região do Tibete merece a classificação de 7.0.


  • Em relação ao relatório de 2005, 27 países melhoraram a sua condição e 10 pioraram.


  • Na maior parte dos casos não houve uma mudança de classificação global. As excepções foram apenas 12, com 8 a melhorarem e 4 a piorarem. Quanto aos que melhoraram, 3 países passaram de parcialmente livres a livres (2.5) [Indonésia (antes 3.5), Sérvia-Montenegro (3.0) e Ucrânia (3.5)] e 5 passaram de não livres (5.5) a parcialmente livres [Líbano, Quirguizistão e República Centro-Africana (agora 4.5), Afeganistão e Mauritânia (5.0)]. No grupo dos que pioraram, 3 passaram de livres a parcialmente livres (3.0) [Guiana (antes 2.0), Filipinas (2.5) e Tailândia (2.5)] e um de parcialmente livre a não livre (Nepal, antes 5.0, agora 5.5).


  • Nenhum país que em 2005 estava no escalão 1.0 baixou desse nível. Pelo contrário, 5 novos países se lhes juntaram: Letónia, Sant Kitts e Nevis, Santa Lúcia e Taiwan (antes todos 1.5) e Lituânia (antes 2.0).


  • A evolução década a década mostra uma tendência permanente para o aumento da liberdade: em 1975, com 158 países independentes, apenas 40 (25%) eram livres e 65 (41%) eram não livres; o grupo intermédio dos parcialmente livres tem oscilado em termos globais e diminuído ligeiramente em termos percentuais.
Liberdade no mundo: evolução 1975-2005

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