foto: Bruno Espadana

25 janeiro 2007

#  Fé e aborto

Já se disse várias vezes (de ambos os lados da questão) que o Referendo ao aborto não é uma questão religiosa, mas é inegável que entre os crentes o factor religioso pesa.

Ao contrário do que acontece com alguns dos meus “correligionários” do campo do Sim, não me choca que a Igreja Católica (ou algum dos seus prelados) ameace com o estigma da excomunhão aqueles que praticarem aborto. As congregações religiosas são “clubes” onde, se a maior parte não entra por sua escolha — ainda não tinha idade para tal —, pelo menos permanece lá de livre vontade (quer dizer, a “livre vontade” é induzida à custa de muita pressão social à mistura, mas pelo menos já não existe uma imposição legal nesse sentido). Assim sendo, como “clube” que é, a Igreja Católica tem o direito de impor as regras que muito bem entender (dentro da legalidade do Estado) para que os membros sejam aceites como tal. E recusar a comunhão ou condenar ao anátema não me parece ferir os direitos constitucionais dos cidadãos que, cumulativamente, são também católicos.

Etiquetas: , , ,