foto: Bruno Espadana

08 novembro 2006

#  Cosmicómicas

José António SaraivaOntem à noite, no café com amigos, discutíamos os delírios mitómanos de José António Saraiva. Concretamente, deliciávamo-nos com «Em defesa do rigor», artigo publicado na última edição do semanário Sol, constando ao que parece de excertos do seu livro CONFISSÕES — os últimos anos no Expresso, o nascer do SOL e as conversas com políticos à mesa.

A leitura de Saraiva — como a sua vida, de facto — é fundamental para a compreensão do Portugal moderno. Pelo menos a julgar pelo que o próprio escreve. Aconteceu? Ele estava lá. Foi bom? Foi ele a sugeri-lo. Foi mau? Ele bem nos alertou, mas recusámo-nos a acreditar.

José António Saraiva é o Forrest Gump português: omnipresente e activo em todos os momentos-chave da História. Ou, dadas as evocações cósmicas do seu novo semanário, é uma versão infinitamente mais cómica de Qfwfq, a curiosa personagem que Italo Calvino, em Cosmicómicas, pôs a protagonizar todos os episódios relevantes da História do Universo, do Big Bang ao surgimento dos átomos, da formação das galáxias à evolução da vida na Terra.

Verdadeiramente, José António Saraiva é o Sol da nossa vida. E faz questão que nós o saibamos.

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