# Arma de Destruição Maciça
Com quase um mês de atraso, acabo de ler na New Yorker o artigo «Political Science» (subtítulo: «The Bush Administration’s war on the laboratory»), sobre a forma como religião e ideologia se vêm imiscuindo na investigação científica americana — particularmente em áreas médicas —, comprometendo o seu futuro e, em certa medida, já o seu presente. (O artigo não está disponível online, mas uma entrevista com o autor, Michael Specter, está.)
Muito se fala do militarismo de George W. Bush, mas a sua atitude anticientífica e a sua política de açaimamento da Ciência à agenda de grupos ideológica e religiosamente motivados é bem capaz de ser uma ameaça mais durável — porque negligenciada e porque ataca directamente um dos pilares da cultural ocidental (e do seu sucesso): a interrogação constante e sem restrições.
Alguns, incluindo europeus, verão num eventual declínio científico americano (e aqui “eventual” terá porventura o sentido que em inglês se lhe dá...) algo como uma doce vingança finalmente alcançada. Mas os EUA são ainda a figura-de-proa da civilização ocidental — e mau sinal é para o barco que a figura-de-proa se afunde.
Muito se fala do militarismo de George W. Bush, mas a sua atitude anticientífica e a sua política de açaimamento da Ciência à agenda de grupos ideológica e religiosamente motivados é bem capaz de ser uma ameaça mais durável — porque negligenciada e porque ataca directamente um dos pilares da cultural ocidental (e do seu sucesso): a interrogação constante e sem restrições.
Alguns, incluindo europeus, verão num eventual declínio científico americano (e aqui “eventual” terá porventura o sentido que em inglês se lhe dá...) algo como uma doce vingança finalmente alcançada. Mas os EUA são ainda a figura-de-proa da civilização ocidental — e mau sinal é para o barco que a figura-de-proa se afunde.
Etiquetas: 'New Yorker', Ciência, Criacionismo, EUA, Religião
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