# O Meta-Presidente
Nestes dias em que uma gripe me prende em casa — uma casa sem televisão nem rádio —, a internet tem sido a minha salvação nas horas de maior tédio em que (felizes horas de tédio!) as noites mal dormidas e a natural prostração não pesam suficientemente sobre os olhos para os manterem fechados. Nessas alturas jogo pelo seguro e visito o site do The Daily Show with Jon Stewart.
Este programa (transmitido com muito atraso e algo erraticamente pela SIC Radical) é a mais completa versão moderna do preceito Ridendo castigat mores. E é também, como o latino preceito prevê, do mais inteligente que se faz na televisão actual.
Do muito que poderia usar como exemplo ilustrativo (isto é, quase tudo), não resisto a mostrar aqui um trecho recente em que o Jon comenta a tendência de George W. Bush para fazer de narrador de si mesmo:
Para quem não pode ver o vídeo anterior, transcrevo aqui o fundamental do que Jon Stewart diz (mas nada substitui ver o excerto inteiro):
Este vídeo trouxe-me à lembrança um outro, mais antigo, em que Jon Stewart analisa um recurso de retórica que o Presidente americano usa recorrentemente: repetir «por outras palavras» (por vezes, não tão outras assim) aquilo que acabou de dizer; ou, como dizem os criadores do The Daily Show, «o esforço de uma mente iluminada para tornar as complexidades dos pensamentos mais elevados acessíveis às massas»:
Este programa (transmitido com muito atraso e algo erraticamente pela SIC Radical) é a mais completa versão moderna do preceito Ridendo castigat mores. E é também, como o latino preceito prevê, do mais inteligente que se faz na televisão actual.
Do muito que poderia usar como exemplo ilustrativo (isto é, quase tudo), não resisto a mostrar aqui um trecho recente em que o Jon comenta a tendência de George W. Bush para fazer de narrador de si mesmo:
Para quem não pode ver o vídeo anterior, transcrevo aqui o fundamental do que Jon Stewart diz (mas nada substitui ver o excerto inteiro):
[...] Foi uma clássica manobra à Presidente Bush: transmitir confiança às pessoas informando-as de que está ali para lhes transmitir confiança. É o que este homem faz constantemente: pega no subtexto de um discurso e torna-o o texto. [...] É que enquanto alguns líderes são homens de palavras, outros são homens de acção; o Presidente Bush é um homem que usa palavras para descrever acções. [...] Não entendo! Quando ele discursa, é como se estivesse a ler as didascálias! [...] O Presidente não está ali para agir — a razão por que o Presidente está ali é, pelos vistos, dizer-nos a razão por que está ali! [...] Ele é o nosso primeiro Meta-Presidente! Aparece e passa o dia a descrever as coisas que deveria estar a fazer. [...]
Este vídeo trouxe-me à lembrança um outro, mais antigo, em que Jon Stewart analisa um recurso de retórica que o Presidente americano usa recorrentemente: repetir «por outras palavras» (por vezes, não tão outras assim) aquilo que acabou de dizer; ou, como dizem os criadores do The Daily Show, «o esforço de uma mente iluminada para tornar as complexidades dos pensamentos mais elevados acessíveis às massas»:
Etiquetas: EUA, Política internacional, Televisão, The Daily Show
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