foto: Bruno Espadana

17 setembro 2007

#  «Ninguém é deixado para trás»

As Forças Armadas de Israel (Tsahal) incluem nos seus princípios um que poderíamos sintetizar na frase «Ninguém é deixado para trás». Ou seja, mesmo perante a catástrofe, um soldado israelita não deve abandonar um camarada às mãos do inimigo — nem mesmo que esse camarada já esteja morto! (É, por isso, ponto de honra recuperar o corpo de todos os que caem em combate.)

A nossa Ministra da Educação parece querer aplicar o mesmo princípio na sala de aula. Primeiro, e contrariando as boas práticas reconhecidas por todos em todo o mundo, ordena o aumento do número médio de alunos por turma (que em tamanho quase se assemelha a um pelotão...); depois, exorta os professores a trabalharem mais com cada aluno, «porque todos têm o direito ao sucesso».
Soterrados em turmas enormes, privados de condições de trabalho e forçados ao «sucesso» (leia-se, taxa de aprovações), os professores portugueses deverão engolir os escrúpulos e adoptar o lema do Tsahal: Nenhum aluno é deixado para trás — nem que esteja “morto”.

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