# Muita pica
Descobri há uns dias o PICA («Programa de Intervenção em Canal Alternativo»), uma espécie de “apropriação pirata” da frequência de transmissão da 2:, ocorrendo a diferentes horas naquele canal.
Citando a sua auto-definição:
Só “apanhei” o programa (ou só fui “apanhado” por ele) uma ou duas ocasiões, e nunca desde o princípio, mas pelo pouco que pude ver o PICA é uma lufada de ar fresco nos programas destinados ao segmento etário da adolescência: está a milhas da vacuidade supostamente de «geração rebelde» de Morangos com Açúcar ou da lobotomização por via hertziana operada pela Floribella (cujo segmento-alvo talvez nem chegue à adolescência), provando que não é preciso ceder à acefalia quando se pensa um programa «p’ò psoal jove’, ‘tás a ver?».
Desde logo, o PICA apresenta-se na forma de magazine, ainda que ficcional: os apresentadores não são eles-mesmos, mas personagens — supostamente um grupo de jovens insatisfeitos que criaram um programa pirata, apropriando-se indevidamente da antena da 2: (estação que, prometem, «irá ser conquistada e confiscada»).
Para além dos segmentos ficcionais (diálogos entre as personagens, a parte que claramente mais precisa de melhorar), o PICA consta de notícias, reportagens, “artigos” de opinião, divulgação de eventos, receitas, curiosidades... quase tudo com bastante inteligência, coisa rara na TV dos dias que correm. Só para dar dois exemplos, a “apresentação” da New Yorker (numa rubrica dedicada a revistas) revelou uma profundidade de leitura que vi escapar a alguma gente com mais responsabilidade e, no capítulo da opinião, as reflexões de uma das personagens sobre o “mecanismo” por detrás das manifestações religiosas foram de um politicamente incorrecto muito pouco politicamente correcto*...
* Parece uma verdade de La Palice, mas se pensarem bem vão ver que não é...
Citando a sua auto-definição:
Conceptualmente, o PICA é um programa feito por miúdos para miúdos.
Na sua essência, o PICA é um magazine cultural apresentado sob a forma de um programa de ficção.
Só “apanhei” o programa (ou só fui “apanhado” por ele) uma ou duas ocasiões, e nunca desde o princípio, mas pelo pouco que pude ver o PICA é uma lufada de ar fresco nos programas destinados ao segmento etário da adolescência: está a milhas da vacuidade supostamente de «geração rebelde» de Morangos com Açúcar ou da lobotomização por via hertziana operada pela Floribella (cujo segmento-alvo talvez nem chegue à adolescência), provando que não é preciso ceder à acefalia quando se pensa um programa «p’ò psoal jove’, ‘tás a ver?».
Desde logo, o PICA apresenta-se na forma de magazine, ainda que ficcional: os apresentadores não são eles-mesmos, mas personagens — supostamente um grupo de jovens insatisfeitos que criaram um programa pirata, apropriando-se indevidamente da antena da 2: (estação que, prometem, «irá ser conquistada e confiscada»).
Para além dos segmentos ficcionais (diálogos entre as personagens, a parte que claramente mais precisa de melhorar), o PICA consta de notícias, reportagens, “artigos” de opinião, divulgação de eventos, receitas, curiosidades... quase tudo com bastante inteligência, coisa rara na TV dos dias que correm. Só para dar dois exemplos, a “apresentação” da New Yorker (numa rubrica dedicada a revistas) revelou uma profundidade de leitura que vi escapar a alguma gente com mais responsabilidade e, no capítulo da opinião, as reflexões de uma das personagens sobre o “mecanismo” por detrás das manifestações religiosas foram de um politicamente incorrecto muito pouco politicamente correcto*...
* Parece uma verdade de La Palice, mas se pensarem bem vão ver que não é...
Etiquetas: Televisão
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