# Lógica interna
Um grupo favorável ao “Não” no referendo ao aborto do próximo mês apresentou um estudo segundo o qual 14% das mulheres que abortam sofrem de stress pós-traumático. Tal estudo — acontece sempre isto neste tipo de questões — é contestado por outros estudos sobre o mesmo assunto, mas não é isso que me traz aqui (não estou habilitado a avaliar a validade de uns e de outros, pelo que mais vale estar calado).
A primeira coisa que me ocorre é fazer uma subtracção: segundo os dados do estudo mais pessimista (e que são, como disse, contestados), 86% das mulheres que abortam não sofrem de stress pós-traumático, apesar do estigma social. (Incrível o efeito que tem olhar os números de outro ângulo, não?)
A segunda coisa é constatar esta estranha lógica interna do movimento “Não Obrigada” (et alli): defendem a criminalização do aborto voluntário — contribuindo, assim, para a estigmatização social das mulheres que abortam —, para em seguida, horrorizados, nos alertarem para os traumas de que tais mulheres (supostamente) sofrem.
A primeira coisa que me ocorre é fazer uma subtracção: segundo os dados do estudo mais pessimista (e que são, como disse, contestados), 86% das mulheres que abortam não sofrem de stress pós-traumático, apesar do estigma social. (Incrível o efeito que tem olhar os números de outro ângulo, não?)
A segunda coisa é constatar esta estranha lógica interna do movimento “Não Obrigada” (et alli): defendem a criminalização do aborto voluntário — contribuindo, assim, para a estigmatização social das mulheres que abortam —, para em seguida, horrorizados, nos alertarem para os traumas de que tais mulheres (supostamente) sofrem.
Etiquetas: Aborto, Eleições e Referendos
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