foto: Bruno Espadana

07 dezembro 2006

#  Desistam, que eu não!

A minha casa foi anteriormente habitada por duas psiquiatras. Sei-o porque ainda agora lá chegam pelo correio publicações da especialidade endereçadas às antigas inquilinas. Como é meu dever, assinalo no envelope que o destinatário «MUDOU-SE» e meto-o no marco do correio, para que os CTT cumpram o dever deles e o devolvam ao remetente.

Mas os Correios — é sabido — não são muito dados a cumprir o seu dever: chateia-lhes ter de levar de volta a Lisboa a correspondência que a tão grandes penas trouxeram até Vila Real... Mas, como não podem deitar as ditas publicações ao lixo (seria uma ilegalidade e, se alguém provasse que o fizeram, poderiam ter problemas), esperam que eu o faça por eles. Daí que na última semana tenham repetidamente voltado a colocar na minha caixa do correio as duas revistas que eu devolvi. E que volto a devolver. E eles insistem. E eu também.

E nisto andamos: para uma das revistas vamos na quarta iteração; para a outra, na terceira. Os carteiros ou o Centro de Distribuição Postal esperam que um dia eu me farte e lhes faça o favor de deitar fora a correspondência que não é minha, deixando de incomodá-los. Mas enganam-se: com um marco do correio a meros quatro metros do ecoponto, devolver a correspondência não me dá mais trabalho.

Desistam, Srs. Carteiros, que eu não!

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