foto: Bruno Espadana

17 maio 2006

#  O problema (deles) é mesmo esse!

Leio n’umblogsobrekleist:
Acho graça àqueles que nos massacram os tímpanos com alusões alvoroçadas à jihad e ao califado, sem serem capazes de indicar um único exemplo de acção militar expansionista de um país muçulmano contra um país dito “ocidental” nas últimas décadas.

Alexandre Andrade tem razão no que diz — e não tem razão no que deixa implícito.

Eu também não consigo «indicar um único exemplo de acção militar expansionista de um país muçulmano contra um país dito “ocidental” nas últimas décadas» (ou, de facto, nos últimos séculos). Mas isso não se deve à ausência de apelos à jihad, à inexistência de uma aspiração ao califado universal, sequer à benignidade ou não-beligerância dos conceitos de “jihad” e “califado”. Deve-se, isso sim, à incapacidade dos países islâmicos de efectivarem militarmente os desígnios expansionistas do Islão*. E essa incapacidade — essa “castração” — explica muita da sanha do mundo muçulmano em relação ao Ocidente (v. O Médio Oriente e o Ocidente: O Que Correu Mal?, de Bernard Lewis).

* Note-se que, se não há expansão dos países muçulmanos, o mesmo não se pode dizer do Islão em sentido lato, que não só cresce demograficamente nos países de maioria muçulmana, como alarga a sua área de influência (por penetração e conversão) aos países exteriores ao “mundo muçulmano”.

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