foto: Bruno Espadana

15 maio 2006

#  Coisas que valeu a pena ler hoje (2)

Público:

Melhor estar preso em Israel do que viver em Jenin

Um crescente número de jovens palestinianos está a deixar-se prender, voluntariamente, em checkpoints israelitas, de onde são enviados para prisões do Estado judaico, revelaram autoridades de Israel e da Autoridade Palestiniana.
Os jovens, a maioria adolescentes, estão a adoptar esta perigosa medida, em parte porque dizem ser mais fácil estudar para os seus exames nas prisões de Israel, do que nas suas casas, na Cisjordânia. Também há os que querem fugir a uma dura vida familiar e à pobreza galopante.
[...] Abdul-Rahman tinha um canivete e Malik transportava, à vista de todos, um rádio-bomba em mau estado. Foram detidos e libertados 25 dias depois porque “não representavam uma ameaça à segurança”.
Para Abdul-Rahman foi uma grande desilusão. “Perdi a minha oportunidade”, contou, já de volta a casa. “Eu queria fazer o liceu e os exames na prisão porque é mais fácil do que na minha escola”. Revelou que o seu plano era ficar na prisão três anos, acabar o liceu e parte dos estudos universitários. Nas cadeias israelitas há grupos de estudo que permitem aos palestinianos propor-se a exames de várias disciplinas.

Alguns dirão: se é melhor estar preso do que viver na Cisjordânia, a culpa é de Israel, que não permite uma Palestina viável.
Será verdade — pelo menos em parte. Mas pergunto: em algum outro país do Médio Oriente será minimamente apelativo (e seguro) estar preso? E nem precisa de ser (como neste caso) às mãos do “opressor estrangeiro” — à guarda do governo do próprio país, que seja.

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