foto: Bruno Espadana

22 abril 2006

#  As carnívoras flores-de-cheiro

Helena Matos escreve no Público de hoje sobre as cedências ocidentais à “sensibilidade” religiosa islâmica («Sensibilidade, relativismo e cobardia»), ilustrando com dois casos recentes: o da Bershka (um caso que eu desconhecia de todo) e o da série de animação South Park (que tinha tudo menos tradição de respeito pela sensibilidade religiosa fosse de quem fosse... até agora). Cito a parte para mim fundamental:
[...] Stone e Parker [criadores de South Park] perceberam que as religiões não são de facto todas igualmente sensíveis. Ou, parafraseando Orwell, as religiões são todas iguais, mas há algumas mais iguais que outras. Assim, um episódio em que surgiria uma imagem de Maomé não foi para o ar. Em sua substituição foi emitido um outro no qual se vê Jesus Cristo a defecar em cima de George W. Bush e da bandeira americana. O recurso à escatologia não deve ser suficiente para esconder o óbvio: com Maomé não se brinca. Somos muito irreverentes, muito polémicos mas apenas com aqueles cujos seguidores não nos ameaçam degolar numa esquina.
Na verdade, não está em causa a sensibilidade do outro. O que está em causa é o medo que o outro nos inspira. [...]

Uma vez mais, concordo plenamente com Helena Matos.

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