# Pontos nos ii (1)
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Para já, umas breves passagens do editorial de Santana Castilho («Venham os Bárbaros!»), com destaques adicionais da minha responsabilidade:
Nesta edição da Pontos nos ii entrámos no «pavilhão» da Escola, onde o esforço deu lugar ao facilitismo, o trabalho à preguiça, o rigor científico ao totalitarismo pedagógico, a disciplina à indisciplina. [...]Concordo no essencial com Santana Castilho, mas não gostaria de deixar passar em claro uma omissão do director da Pontos nos ii: a «apologia do prazer imediato» no ensino não é exclusiva da «indústria da comunicação e do espectáculo». Fosse assim, e estaríamos nós bem melhor do que estamos. A ideia do prazer constante ao longo de todo o processo de aprendizagem — e a ocultação do facto (ou a recusa da ideia) de que o processo é frequentemente difícil ou enfadonho, requerendo esforço e perseverança, residindo o prazer muitas vezes apenas num resultado de sucesso — é uma bandeira também de certos teóricos da pedagogia, que emprestam às práticas laxistas um ilusório verniz de cientificidade. Tal verniz, como é patente no caso português (mas há muito quem não queira ver), é de fraca qualidade e estala facilmente.
[...] A escola não se realiza sem sacrifícios, disciplina e trabalho. Mas, fora da escola, a indústria da comunicação e do espectáculo faz a apologia do prazer imediato, do consumo supérfluo, da extravagância e do efémero. [...] Os pais deixaram de ser os aliados primeiros do professor na modelação dos filhos. Hoje, delegam neles todas as responsabilidades, mesmo as indelegáveis. E depois acusam e exigem. [...]
Etiquetas: Educação
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