# O Céu (microconto)
Avó e neta caminham de mão dada pela rua. É Primavera, os pássaros cantam.
Menos um: arredado para uma berma do passeio, meio comido pelas formigas, meio esmagado pela roda de uma bicicleta, jaz um pardal morto. A neta vê-o: de olhos semicerrados, o choro insinua-se num fungar quase inaudível.
— Não chores — sossega a avó —, foi para o Céu.
A neta ergue os olhos para a avó (para o céu?), funga uma derradeira vez, e cala-se.
Menos um: arredado para uma berma do passeio, meio comido pelas formigas, meio esmagado pela roda de uma bicicleta, jaz um pardal morto. A neta vê-o: de olhos semicerrados, o choro insinua-se num fungar quase inaudível.
— Não chores — sossega a avó —, foi para o Céu.
A neta ergue os olhos para a avó (para o céu?), funga uma derradeira vez, e cala-se.
Etiquetas: Microcontos e Nanocontos
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