# Isto do sentido de humor...
... é um sinal de inteligência e sofisticação, como se sabe. E Art Spiegelman deu uma forte prova disso mesmo na edição da New Yorker datada de 27 de Fevereiro.
Reflexo pavloviano aos cartoons sobre Maomé, um Irão a espumar de raiva lançou um concurso internacional de cartoons que promovam o anti-semitismo e a negação do Holocausto. Spiegelman, judeu americano, autor de Maus, a aclamada série de banda desenhada sobre o Holocausto nazi, deu a resposta que tal iniciativa merece: não a reciprocação da raiva, não a retaliação com cartoons anti-islâmicos, mas a risada sarcástica de quem diz: «Tentem de novo — não é assim que me conseguem melindrar!»
O que fez Spiegelman? Simplesmente apresentou três cartoons, três “contribuições” para o concurso iraniano. Ao repetir, também ele, os clichés anti-semitas (os traços fisionómicos, a roupa, a ligação à alta finança, etc.), Art Spiegelman privou-os da sua força, mostrou o ridículo da iniciativa. E, com muita auto-ironia, consegui ainda dar uma alfinetada no interdito sobre a representação do “sagrado”.
Na legenda: «Que isto te sirva de lição, Abie — é proibido representar graficamente o Lucro!»
(lucro = “profit”; profeta = “profet”)
Reflexo pavloviano aos cartoons sobre Maomé, um Irão a espumar de raiva lançou um concurso internacional de cartoons que promovam o anti-semitismo e a negação do Holocausto. Spiegelman, judeu americano, autor de Maus, a aclamada série de banda desenhada sobre o Holocausto nazi, deu a resposta que tal iniciativa merece: não a reciprocação da raiva, não a retaliação com cartoons anti-islâmicos, mas a risada sarcástica de quem diz: «Tentem de novo — não é assim que me conseguem melindrar!»
O que fez Spiegelman? Simplesmente apresentou três cartoons, três “contribuições” para o concurso iraniano. Ao repetir, também ele, os clichés anti-semitas (os traços fisionómicos, a roupa, a ligação à alta finança, etc.), Art Spiegelman privou-os da sua força, mostrou o ridículo da iniciativa. E, com muita auto-ironia, consegui ainda dar uma alfinetada no interdito sobre a representação do “sagrado”.
Na legenda: «Que isto te sirva de lição, Abie — é proibido representar graficamente o Lucro!»
(lucro = “profit”; profeta = “profet”)
Etiquetas: 'New Yorker', Cartoons, Islão, Judaísmo
<< Página principal