# Tortura em horário nobre
A edição de 19 de Fevereiro da New Yorker traz um interessante artigo de Jane Mayer sobre o recurso à tortura na série de televisão “24”. Este artigo vem na sequência de um estudo da organização Human Rights First, que mostra que, não só o número de cenas de tortura tem aumentado (v. imagem aqui ao lado), como efectivamente elas têm um efeito negativo sobre os soldados que as vêem e que tendem a imitá-las: afinal, e ao contrário do que se passava há alguns anos, actualmente a tortura é usada pelos “heróis” das séries, que obtêm desta forma preciosos (porque sempre exactos*) resultados.
É uma coisa que nos deve fazer pensar — isso, e o facto de o pico de cenas de tortura se ter verificado em 2003, ano da invasão do Iraque. (O campo de detenção de Guantánamo foi aberto em 2002, sendo transferidos para lá prisioneiros da guerra do Afeganistão, onde já tinha sido noticiado o recurso à tortura na prisão de Bagram; o escândalo de Abu Ghraib veio a público em 2004.)
Como diriam os Americanos, the hidden agenda is not that hidden...
* Diversos estudos internacionais — e a experiência — apontam para a falta de eficácia da tortura: para além do desejo de martírio (particularmente verdadeiro quando falamos de terrorismo islâmico), que limita em muito a obtenção de informação, verifica-se frequentemente uma falta de fiabilidade desta: para os fazerem parar, os interrogados que cedem dizem, simplesmente, o que os torturadores querem ouvir (o que nem sempre corresponde à verdade)...
É uma coisa que nos deve fazer pensar — isso, e o facto de o pico de cenas de tortura se ter verificado em 2003, ano da invasão do Iraque. (O campo de detenção de Guantánamo foi aberto em 2002, sendo transferidos para lá prisioneiros da guerra do Afeganistão, onde já tinha sido noticiado o recurso à tortura na prisão de Bagram; o escândalo de Abu Ghraib veio a público em 2004.)
Como diriam os Americanos, the hidden agenda is not that hidden...
* Diversos estudos internacionais — e a experiência — apontam para a falta de eficácia da tortura: para além do desejo de martírio (particularmente verdadeiro quando falamos de terrorismo islâmico), que limita em muito a obtenção de informação, verifica-se frequentemente uma falta de fiabilidade desta: para os fazerem parar, os interrogados que cedem dizem, simplesmente, o que os torturadores querem ouvir (o que nem sempre corresponde à verdade)...
Etiquetas: 'New Yorker', Direitos Humanos, Mundo, Televisão
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