foto: Bruno Espadana

26 dezembro 2006

#  Demência

A prova de que a maternidade/paternidade é uma doença mental é os pais tirarem fotografias aos filhos nos primeiros meses de vida. E guardarem-nas.

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25 dezembro 2006

#  Pai Natal

Este ano vesti-me de pai natal e fui para o terraço do prédio em frente acenar ao meu sobrinho de dois anos.

Quando descia (barbas e barrete na mão), entrou no elevador um miúdo de uns 4 anos, acompanhado da mãe. O puto ficou muito calado e de olhos arregalados e entrou algo a medo.

— Não contavas que o Pai Natal andasse de elevador, hã? — perguntou-lhe a mãe.

Eu passei a explicar que as renas estavam muito caras, havia que aproveitar os elevadores. Ele nada dizia, pelo que eu pensei que tinha reparado nas barbas falsas e já topara tudo.

Ele de facto olhava-me para as mãos, mas não para as barbas. O que lhe chamou a atenção foi o enorme chaveiro (umas 30 chaves) que eu usara para aceder ao terraço.

— Tens a chave da Lapónia? — perguntou-me.

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20 dezembro 2006

#  Bem dito

Carlos Azevedo, bispo, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, in suplemento de Natal da revista Sábado n.º 136, de 7 a 13 de Dezembro de 2006:
«A santa com mais devoção em Portugal é a santa ignorância.»

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#  Coisas ouvidas por aí

«O Noddy é a Floribella sem a estupidez.»

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11 dezembro 2006

#  Qual Green Card, qual quê! (12)

A New Yorker iniciou em 2005 um concurso de legendagem de cartoons: em cada número um dos cartoonistas da revista cria uma imagem (geralmente absurda) sem qualquer texto, devendo os leitores fornecer a legenda apropriada. As três melhores legendas são postas à votação e o vencedor é premiado com uma gravura do cartoon, devidamente assinada pelo artista, onde consta a sua legenda.
O senão de tudo isto é que se tem de ser residente nos EUA para poder concorrer. Não conformado com isso, apresento aqui a minha sugestão para o cartoon n.º 79:


(c) Tom Cheney / The New Yorker
«They lean to the Left, I guess.»

Desenho de Tom Cheney /The New Yorker

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07 dezembro 2006

#  Palhaçadas

cartaz de '68'Ontem à noite fui à Associação Espontânea ver uma peça da companhia Útero («68», a partir de Samuel Beckett). À entrada disseram-me estar lá dentro, acompanhado de um «agente da autoridade» (trajando à civil), um delegado da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), que levantava problemas relacionados com o (não) pagamento de direitos de representação.

Após uma espera de quase meia hora, disseram-nos que passássemos ao andar de cima (onde decorreria o espectáculo). Íamos ainda a subir as escadas, quando nos mandam parar e esperar ali mesmo. O ambiente estava tenso. Algo se passava, pensei. Então, ao fundo do corredor surgiu um palhaço com cara de poucos amigos.

Confesso: por uma fracção de segundo julguei que fosse o delegado da SPA.

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#  Desistam, que eu não!

A minha casa foi anteriormente habitada por duas psiquiatras. Sei-o porque ainda agora lá chegam pelo correio publicações da especialidade endereçadas às antigas inquilinas. Como é meu dever, assinalo no envelope que o destinatário «MUDOU-SE» e meto-o no marco do correio, para que os CTT cumpram o dever deles e o devolvam ao remetente.

Mas os Correios — é sabido — não são muito dados a cumprir o seu dever: chateia-lhes ter de levar de volta a Lisboa a correspondência que a tão grandes penas trouxeram até Vila Real... Mas, como não podem deitar as ditas publicações ao lixo (seria uma ilegalidade e, se alguém provasse que o fizeram, poderiam ter problemas), esperam que eu o faça por eles. Daí que na última semana tenham repetidamente voltado a colocar na minha caixa do correio as duas revistas que eu devolvi. E que volto a devolver. E eles insistem. E eu também.

E nisto andamos: para uma das revistas vamos na quarta iteração; para a outra, na terceira. Os carteiros ou o Centro de Distribuição Postal esperam que um dia eu me farte e lhes faça o favor de deitar fora a correspondência que não é minha, deixando de incomodá-los. Mas enganam-se: com um marco do correio a meros quatro metros do ecoponto, devolver a correspondência não me dá mais trabalho.

Desistam, Srs. Carteiros, que eu não!

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04 dezembro 2006

#  Qual Green Card, qual quê! (11)

A New Yorker iniciou em 2005 um concurso de legendagem de cartoons: em cada número um dos cartoonistas da revista cria uma imagem (geralmente absurda) sem qualquer texto, devendo os leitores fornecer a legenda apropriada. As três melhores legendas são postas à votação e o vencedor é premiado com uma gravura do cartoon, devidamente assinada pelo artista, onde consta a sua legenda.
O senão de tudo isto é que se tem de ser residente nos EUA para poder concorrer. Não conformado com isso, apresento aqui a minha sugestão para o cartoon n.º 78:


(c) Michael Crawford / The New Yorker
«... and I thought it was just a metaphor...»

Desenho de Michael Crawford /The New Yorker

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